segunda-feira, 22 de novembro de 2010


Não posso deixar de registrar minha primeira visita no hospital...
Hoje, 20/11/2010, tive que superar um sentimento que me consumia todas as vezes que eu entrava em um hospital. Pra quem não sabe, até hoje já passei por muitos momentos em que sendo paciente, só entrava obrigada em hospitais. Pensar em entrar lá por qualquer outro motivo era até então inimaginável.
Para aqueles que não sabem também, tenho uma amiga chamada Mayara que há tempos participa de um projeto voluntário chamado “Sórir”. A forma como ela falava do projeto pouco a pouco foi mexendo comigo. No entanto, o sentimento relatado acima ainda era maior. Foi preciso receber uma “carta da experiência”, em um curso do qual tenho participado, para me fazer revisitar essa área do meu coração. Decidi viver algo “radicalmente belo”.
Já tive a oportunidade de participar de alguns projetos voluntários, mas tenho toda a certeza que pra mim nada se compara a estar na ala infantil de um hospital.
Tentei imaginar como seria a visita, como eu reagiria... como as crianças reagiriam...se eu suportaria estar ali. Para a minha surpresa, não encontrei crianças tristes. Não encontrei crianças que tivessem perdido o brilho no olhar. Sabe aquele que só criança tem?! Aquele de quem sonha em meio às impossibilidades. É certo que nem todas riram ou fizeram brincadeiras, mas o brilho estava lá.
De todas elas, uma das que mais me impressionou foi a Hellen. Os cateteres, os vários remédios, sua aparência pálida e sem cabelo, não a impediram de dançar, cantar, pular e se divertir MUITO! E o que falar daquele olhar?! Não encontro palavras pra descrever... um olhar de quem acredita na vida... olhar de quem confia que tudo vai ficar bem, nem que seja só daqui um tempo... olhar de quem vibra com cada pequena conquista.
Encontrei por lá vários super - heróis. Pais, mães, tios, tias, avós... pessoas que com toda a certeza são dignas de toda a minha admiração. Pessoas que tiveram que aprender a sorrir e dar palavras de encorajamento quando em seus corações não se encontrava uma esperança se quer. Que aprenderam a deixar de lado o racional e pensar com o coração. Tudo isso para que aqueles que mais amam tenham aquele olhar que eu comentei.
Como não mudar o olhar para a vida depois de uma experiência como esta?
Sou grata a Deus por sua infinita misericórdia que me perdoa todas as vezes que reclamo apesar de ter uma vida maravilhosa. Não que eu não tenha problemas... não que eu não fique doente...mas o brilho do meu olhar vai embora por muito menos.
Não que eu não tenha visto inúmeras demonstrações de amor, mas aquelas pessoas me trocaram de forma diferente.
E por que radicalmente belo? Porque é bom saber que eu tenho a possibilidade de a partir daqui fazer diferente.
Quero agradecer a Dra. Centopéia (May) e ao Dr. Coxinha (William) por me darem essa experiência de presente. Por me ajudarem a superar o medo de estar ali. Por me ajudarem a ver que ser feliz é simples e que fazer diferença esta muitas vezes num pequeno gesto. Admiro muito vocês!

2 comentários:

Tita Maria [Deunisio] disse...

E eu acredito que vocês terá outras oportunidades mais (ainda torcendo para que entre no Porjeto SóRir).
Beijo queridona =0)

Caro Menezes disse...

=)