domingo, 19 de fevereiro de 2012

Aprendendo sobre perdão com as crianças

Depois de tempos, aqui estou para a primeira postagem de 2012. =)

Ontem fomos a um aniversário de uma criança de 1 ano. Como não poderia deixar de ser o lugar estava lotado de crianças de todas as idades, eufóricas e indecisas sobre com quais brinquedos deveriam brincar. Tudo estava lindo, divertido e ensurdecedor..rsrs, quando fomos surpreendidas por um guri enlouquecido (que pra chamar de velho deveria ter 4 anos)brigando com uma menina, aparentemente da mesma idade, porque esta gostaria de brincar no mesmo brinquedo que ele não desocupava a meia hora. Não era uma briguinha boba do tipo que um olha pro outro e diz: “Sai daqui”.. e o outro responde: “não saio”... era muita luta, com direito a socos e empurrões. Confesso que fiquei revoltada com a falta de atitude da mãe da “vítima” e da mãe do “agressor” (mas isso é outra história).

A menina então sai dali chorando e desesperada corre para o colo da mãe. Fica ali por uns minutos e depois volta para brincar. Surpreendentemente, ela ignora o ocorrido minutos antes e se dispõe a brincar com o guri enlouquecido. Este por sua vez, que devia ter acordado do lado errado da cama, novamente encontrou motivos (desconhecidos até o presente momento) para brigar e bater na menina. Esta volta mais uma vez chorando para o colo da mãe e após digerir a situação, volta a brincar.

Depois disso saímos dali, mas fiquei pensando sobre a situação...

São inúmeras as referências que Jesus faz em sua palavra sobre como temos a aprender e seguir o exemplo das crianças, entre elas a mais conhecida é:

“Em verdade vos digo que, qualquer que não receber o reino de Deus como menino, não entrará nele.” Lucas 18:17

Na situação acima, pude observar como deve ser simples o processo do perdão em nossas vidas. Por mais grave ou intensa que a agressão que sofremos possa ser, ela deve ocupar o tempo e o espaço necessários apenas para digerirmos o ocorrido e seguirmos em frente. Se vocês tivessem observado a briga que eu vi, no melhor estilo UFCmirim, saberiam o quanto foi difícil e dolorido para aquela menina enfrentar a situação. Seu choro intenso, enérgico e desesperado demonstrou o quanto aquilo mexeu com ela. Neste momento tiro a primeira lição:

1- É necessário que o sentimento gerado pela mágoa seja externalizado. É importante que falemos como nos sentimos, gastemos tempo chorando quando isso for necessário, para que não reste nada engasgado.

Os próximos passos dela – correr para o colo da mãe, traduzem a segunda lição:

2- Nosso choro e dor devem ser expressados no lugar em que nos sentimos seguros, ou seja, o colo Daquele que te ama, mais do que todas as coisas.

“E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.Apocalipse 21:4

“(...) põe as minhas lágrimas no teu odre. Não estão elas no teu livro?” Salmos 56:8

E o terceiro e último passo traduz a mais difícil das missões, voltar onde caímos, fomos magoados e oferecer ao outro a chance de recomeçar.

“Então Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete”. Mateus 18:21-22

Lembrando sempre que o perdão genuíno devolve ao ofensor o status anterior... o leva ao seu lugar de origem, com a mesma confiança, amor e alegria que tinha antes de qualquer ofensa.

Não é uma tarefa fácil, mas também não precisa ser tão difícil quanto costumamos fazer. Como eu disse, precisa ter o tempo e o espaço necessários apenas para digerirmos o ocorrido e seguirmos em frente.

É...os “pouca sombra” tem muito a nos ensinar...

Grande abraço!

2 comentários:

Pastor Gerson L G Lima disse...

É... precisamos aprender com as crianças mesmo. Aliás, nós já sabemos isso pois fomos crianças e perdoávamos assim também, mas deixamos que as marcas da vida se interpusessem entre nós e o sentido do amor que perdoa.

Rico Boschi disse...

Hey menina Caro! Muito bacana seu blog, dá pra sentir sua vibe em cada post.

Nesse post em especial, gostei muito da forma como você relaciona a sequência dos acontecimentos com trechos da mensagem que tens como objetivo transmitir...

É quase como ouvir uma história contada por um amigo, é casual e por isso acolhedor.

Além da mensagem ser super verdadeira!

Virei fã já rsrs

Enrico