Depois de tempos, aqui estou para a primeira postagem de 2012. =)
Ontem fomos a um aniversário de uma criança de 1 ano. Como não poderia deixar de ser o lugar estava lotado de crianças de todas as idades, eufóricas e indecisas sobre com quais brinquedos deveriam brincar. Tudo estava lindo, divertido e ensurdecedor..rsrs, quando fomos surpreendidas por um guri enlouquecido (que pra chamar de velho deveria ter 4 anos)brigando com uma menina, aparentemente da mesma idade, porque esta gostaria de brincar no mesmo brinquedo que ele não desocupava a meia hora. Não era uma briguinha boba do tipo que um olha pro outro e diz: “Sai daqui”.. e o outro responde: “não saio”... era muita luta, com direito a socos e empurrões. Confesso que fiquei revoltada com a falta de atitude da mãe da “vítima” e da mãe do “agressor” (mas isso é outra história).
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A menina então sai dali chorando e desesperada corre para o colo da mãe. Fica ali por uns minutos e depois volta para brincar. Surpreendentemente, ela ignora o ocorrido minutos antes e se dispõe a brincar com o guri enlouquecido. Este por sua vez, que devia ter acordado do lado errado da cama, novamente encontrou motivos (desconhecidos até o presente momento) para brigar e bater na menina. Esta volta mais uma vez chorando para o colo da mãe e após digerir a situação, volta a brincar.
Depois disso saímos dali, mas fiquei pensando sobre a situação...
São inúmeras as referências que Jesus faz em sua palavra sobre como temos a aprender e seguir o exemplo das crianças, entre elas a mais conhecida é:
“Em verdade vos digo que, qualquer que não receber o reino de Deus como menino, não entrará nele.” Lucas 18:17
Na situação acima, pude observar como deve ser simples o processo do perdão em nossas vidas. Por mais grave ou intensa que a agressão que sofremos possa ser, ela deve ocupar o tempo e o espaço necessários apenas para digerirmos o ocorrido e seguirmos em frente. Se vocês tivessem observado a briga que eu vi, no melhor estilo UFCmirim, saberiam o quanto foi difícil e dolorido para aquela menina enfrentar a situação. Seu choro intenso, enérgico e desesperado demonstrou o quanto aquilo mexeu com ela. Neste momento tiro a primeira lição:
1- É necessário que o sentimento gerado pela mágoa seja externalizado. É importante que falemos como nos sentimos, gastemos tempo chorando quando isso for necessário, para que não reste nada engasgado.
Os próximos passos dela – correr para o colo da mãe, traduzem a segunda lição:
2- Nosso choro e dor devem ser expressados no lugar em que nos sentimos seguros, ou seja, o colo Daquele que te ama, mais do que todas as coisas.
“E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.” Apocalipse 21:4
“(...) põe as minhas lágrimas no teu odre. Não estão elas no teu livro?” Salmos 56:8
E o terceiro e último passo traduz a mais difícil das missões, voltar onde caímos, fomos magoados e oferecer ao outro a chance de recomeçar.
“Então Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete”. Mateus 18:21-22
Lembrando sempre que o perdão genuíno devolve ao ofensor o status anterior... o leva ao seu lugar de origem, com a mesma confiança, amor e alegria que tinha antes de qualquer ofensa.
Não é uma tarefa fácil, mas também não precisa ser tão difícil quanto costumamos fazer. Como eu disse, precisa ter o tempo e o espaço necessários apenas para digerirmos o ocorrido e seguirmos em frente.
É...os “pouca sombra” tem muito a nos ensinar...
Grande abraço!